14 de nov. de 2012

Você Sabia?






...que a cada 11 minutos, 
pelo menos uma pessoa desaparece no Brasil ?

O número de casos de desaparecimento de pessoas no país é muito maior do que estimam o governo e entidades civis organizadas. Um levantamento inédito feito pelo GLOBO, em 19 estados, para identificar o tamanho desse problema revelou números alarmantes: em 2011, uma pessoa desapareceu no Brasil, em média, a cada 11 minutos. Foram 141 por dia e, ao todo, 51.703 mil casos registrados em delegacias de polícia. Para as estimativas oficiais, eles seriam cerca de 40 mil por ano, número que não condiz com a realidade. (Globo.com 14/01/2012)



...que no Brasil...


Não temos, na grande maioria dos estados, delegacias especializadas em desaparecimentos,  o que dificulta a investigação pela polícia civil, pois não há equipes especializadas para este fim;

Não temos um sistema  de alerta de alcance nacional, que possa avisar todos os segmentos, a fim de  inibir a ação das quadrilhas que traficam  seres humanos quando uma criança ou adolescente é raptado. Em vários países da Europa e na América do Norte, existe o Alerta Amber que é imediatamente acionado quando há desaparecimento e a maioria dos raptos de crianças são resolvidos em poucas horas;

Não temos um cadastro nacional de pessoas desaparecidas,  eficaz  e atualizado com as  informações dos desaparecidos do Brasil,  o que dificulta a localização de pessoas que estejam em alguma outra região do país;

Não temos um sistema de B.O. (boletim de ocorrência) de desaparecimento  integrado  entre as delegacias dos estados. É necessário um sistema de troca de  dados a nível nacional, onde, ao ser registrado um boletim de ocorrência em determinada delegacia, o mesmo automaticamente esteja disponível em todas as outras delegacias do país; 

Não temos um sistema de informação sobre pacientes internados sem identificação em hospitais, asilos, IMLs, abrigos, conselhos tutelares, igrejas e nem sobre pessoas enterradas como indigentes. Estas pessoas se encontram desaparecidas para suas famílias. É preciso que estes órgãos comuniquem, em forma de  ocorrência, para as delegacias de suas cidades, inclusive com o recolhimento de  amostras do material genético daquela pessoa, para identificação posterior;

Não temos a obrigatoriedade na divulgação de pessoas desaparecidas em jornais, rádio, TV,  cinemas, shoppings,  metrôs, aeroportos e demais locais com grande circulação de pessoas e  tampouco em sites de órgãos públicos;

Não temos um banco de dados nacional,  acessível e funcional, com o  DNA das famílias  dos desaparecidos para facilitar a identificação de pessoas  ou corpos encontrados no decorrer dos anos ou  para identificação de crianças  adotadas ilegalmente; 

Não temos um  meio alternativo para quebra do sigilo telefônico do desaparecido, que poderia em muitos casos  esclarecer a razão do seu desaparecimento;

Não temos campanhas educativas de combate ao desaparecimento de crianças;

Não temos um atendimento ou acompanhamento psicosocial  para as famílias dos desaparecidos;

Não temos campanhas para conscientização da população sobre as causas que motivam tantos desaparecimentos, que são os raptos de crianças e adolescentes para o tráfico humano, drogas, violência doméstica, abusos sexuais, etc;


 O que temos:

No Brasil, quando  alguém desaparece sem deixar qualquer vestígio, seja adulto ou criança, a família fica abandonada a sua própria dor, sujeita a bater de porta em porta, procurar sozinha de rua  em rua, esquina em esquina, cidade em cidade e receber, centenas e milhares de vezes um repetido NÃO! Não vi, não posso, não sei, não dá, não é possível, não me incomode... ! Só negativas, portas fechadas, escárnios, ironias e até desrespeitos e  exposição ao perigo, pois na ânsia  de encontrar a pessoa, a família procura até em meio a becos escuros e locais perigosos. Após o B.O. a investigação pela polícia nem sempre é levada adiante, salvo alguns casos,  ou quando há a presença de um advogado ou  influências, porém na grande maioria da vezes, a família passa meses, anos de suas vidas  recebendo apoios tão somente de voluntários que se  solidarizam com o seu sofrimento.

I.Amanda Boldeke
DESAPARECIDOS DO BRASIL 
12/12/2012








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